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Arquitetos: Pelletier De Fontenay
- Ano: 2023
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Fotografias:James Brittain
Descrição enviada pela equipe de projeto. Pelletier de Fontenay, um escritório de arquitetura localizado em Montreal, em parceria com Leclerc Architects, apresenta a École du Zénith, um projeto resultante de uma série de concursos lançados pela Lab-École em 2019. Sendo fruto da primeira competição de arquitetura escolar desde a década de 1960, este grande projeto marca uma mudança no cenário educacional de Quebec, renovando o programa, a organização e a forma de construir escolas primárias na região.
Situada em uma vasta e aberta paisagem, a escola aparece como uma nova linha no horizonte, moldada pela interação de volumes e coberturas. Os pavilhões estão localizados ao redor de um pátio interno que emoldura vistas magníficas do Monte Shefford. O conjunto oferece uma interpretação dual, permitindo a expressão tanto da individualidade de cada ciclo quanto da comunidade escolar mais ampla. Cada aluno pode se identificar com seu próprio pavilhão, sua própria "casa", e assim visualizar sua jornada acadêmica passada e futura através dos ciclos escolares. Com grandes janelas, telhados salientes e múltiplos pontos de entrada, a arquitetura busca tornar o limite entre o interior e o exterior o mais permeável possível, conectando assim a arquitetura com a paisagem.
Os alunos sempre entram pelo grande pátio antes de se dirigirem aos seus armários. O pátio, enquanto oferece amplas superfícies minerais que podem acomodar todos os alunos da escola, integra numerosas áreas vegetadas combinando árvores maduras, arbustos e flores silvestres, todas de origem local. A área de plantio mais próxima da cozinha/cafeteria serve como uma horta, na forma de uma floresta comestível. Rochas naturais espalhadas pelo terreno servem como bancos, caminhos e elementos de transição, permitindo que os alunos se apropriem do espaço de maneira lúdica. Os grandes telhados salientes interconectam-se para formar um corredor coberto contínuo ao redor do pátio.
A escola deve ser ao mesmo tempo simples e complexa - simples em sua expressão e organização, mas complexa em sua espacialidade e na riqueza de seus espaços. Em corte, as salas de aula se beneficiam da inclinação do telhado para alcançar um pé-direito generoso. Essas inclinações se estendem e se encontram acima das áreas de colaboração, definindo um espaço de pé-direito duplo. Compartilhada entre quatro turmas, a "zona de colaboração" se desdobra parcialmente em altura dupla com um mezanino acessado por uma arquibancada.
O volume principal abriga a recepção, administração, creche e instalações comuns compartilhadas entre os ciclos. O espaço comum se desdobra sob um generoso pé-direito duplo. Uma área com diferentes níveis faz a ligação entre uma zona inferior diretamente conectada ao pátio e uma área mais íntima no mezanino. Desde os degraus da arquibancada e o mezanino, uma grande claraboia emoldura a vista do Monte Shefford, para além dos telhados e da paisagem. Localizado no subsolo, o ginásio e suas atividades podem ser observadas da circulação comum que o atravessa acima. Neste corredor ampliado, elementos de mobiliário fixos permitem atividades em grupos menores.
A transparência proporciona contato visual constante com a floresta. As salas de aula, com suas aberturas generosas, são projetadas para evitar a necessidade de ar-condicionado. Os beirais ajudam a controlar a radiação do verão e minimizar os ganhos solares. Pontuando cada volume, grandes chaminés triangulares permitem generosamente a entrada de luz zenital. Elas também servem como um dispositivo bioclimático, com a forma dos telhados direcionando naturalmente o ar quente em direção a esses dutos. Sem reproduzir literalmente a arquitetura vernacular da região, a escola, com seus volumes baixos e telhados inclinados, oferece formas arquetípicas que ecoam as casas ou armazéns agrícolas próximos. Assim, as crianças entram em um mundo que lhes é familiar; um mundo acolhedor e convidativo.